quinta-feira, 14 de março de 2013

Sem ver



Páginas-cortinas vão virando
Atabalhoadamente em função do vento.

Ninguém está sentado perto da janela
Olhando a janela de outro apartamento.

Ainda assim, a mão da ausência acena alegre
Um gesto nobre de desintegração.

Nenhum olhar não lê-vigia o mundo.
Mas uma voz alcança e abarca a solidão.

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