Meu e teu teatro,
De medos, de sombras.
No palco,
Só formas que
trombam.
Primeiro e último
ato,
Atores em desacordo.
Até se consegue
aplauso,
Mas morno.
Meu e teu teatro,
De faltas, de poses,
Sem falas,
Só bocas e pontos.
Tudo soa decorado
Como um berro sem
assomo
No ânimo frouxo e
barato
Do sono.
Meu e teu teatro,
Sem solo e sem fogo.
Lançamento de dois
dados
No acaso das regras
do jogo.
Meu e teu teatro,
Agora e de novo
O velho papel que
nos cabe:
De bobos.