sábado, 11 de maio de 2013

Alfa e ômega



A primeiríssima das vezes
Em que houve Arte no Cosmos
Foi quando o Senhor, depois de criar
Tudo o que era necessário,
Criou ainda outras coisas,
Pelo prazer do próprio ato,
E viu Deus que eram belas,
E assim fez-se o raiar do dia.

A derradeira das vezes
Em que houve Arte no Cosmos
Foi quando o último vivente,
Na última galáxia da lista,
Estendeu os membros sedentos,
Suplicando não água nem luz,
Mas uma ideia sem nódoas,
para expirar sem sofrer.

Um comentário:

Leandro disse...

Maravilhoso, amigo!