sábado, 7 de dezembro de 2013

Decrepitude


Bate o vento na janela,
Bate o vento no jardim,
Treme a chama desta vela,
Como o tempo treme em mim.

Bate o vento como os dias
Batem forte na vaidade.
Treme a vida, enfrenesia,
Contra as pústulas da idade.

Bate o vento desfolhante
No jardim de quem foi gente.
Corta o flor do meu semblante,
Deixa vácuo intermitente.

Bate o vento na ferida,
Leva o dente-de-leão.
Leva o leve desta vida
Deixa a dor da escuridão.


Um comentário:

Vini disse...

Poema eliminado do XXIII Prêmio Mountonée de Poesia de Salto.