sexta-feira, 18 de abril de 2014

Pássaros (na janela)


Retinem da garganta alada trinos
Que pálpebras descerram, minhas, lentos.
Os sonhos dão lugar a pensamentos
Ainda vagos, quase desatinos.

Os sons continuados, paulatinos,
Remetem-me a remotos sentimentos,
E acoplam-se com ruflos violentos
Que cada vez mais fortes discrimino.

Decifro as sombras lépidas e estrépitas
Que aplaudem a abertura de outro dia
Cruzando a luz que adentra este aposento:

A natureza, em valsas sempre inéditas,
Desperta-me de um sonho sem poesia,
Enquanto noutro adentro, desatento.


2 comentários:

Vini disse...

Soneto eliminado do Concurso Brasil dos Reis - 2014.

Carlos disse...

Eliminado?