domingo, 8 de março de 2015

Sincronia das mônadas





Quando Deus permitiu que eu sondasse,
do ínfimo ao descomunal,
todos os setores da existência,
conhecesse cada combinação química,
cada partícula e cada conjunto,
que forma riqueza sólida,
orgânica, viva, inteligente, sistêmica;
quando Deus permitiu que acessasse
todas as almas havidas,
todas as almas futuras,
cada um dos corpos que as abrigasse,
cada uma das famílias que as conhecesse,
cada laço de relação que produzissem;
quando Deus permitiu que fruísse
de todo o conhecimento e toda a experiência,
de todo olhar e toda ação de sentido de cada ser
em sua construção limitada entre nascença e morte;
quando Deus colocou à minha disposição
todas as verdades e belezas
de todos os tempos, passados ou futuros,
de todos os planetas e galáxias do universo,
e mais de todos os universos possíveis
e, se não fosse já suficiente,
de todos os que se possam imaginar
por um espírito supostamente sem freios,
ou quaisquer outros que se pudessem buscar
em pensamentos e informações dentro ou fora do existente;
quando Deus assim o fez e sua voz
bradou, tonante: "- Faz tua escolha, rapaz!",
escolhi só três coisas:



ser dividido contigo na mitose do caldo primordial;
estar neste momento, neste lugar e deste jeito beijando teus lábios;
fugir nalgum dia do futuro como raio de luz
formado de minha e tua energia
pelos confins do infinito.



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