Se você optou por
caminhos perigosos e violentos,
Desrespeitou
convenções, quebrou as grades da jaula,
Expôs a dor de
querer mais nas janelas da alma,
Avançou contra o
óbvio e sublevou seu próprio tempo;
Se você escolheu
honradez e renegou honrarias,
Quis alegrias de
outrem mais que as vaidades de si mesmo,
Leu a súplica dos
covardes na falsidade de seu pretexto,
Ousou estampar a
verdade na testa por lema de vida;
Você, como eu, teve
de pisar armadilhas
Que morderam seus
pés de Mercúrio e suas asas de cera,
E que serviram
muitas vezes como aviso de fronteira
Desse mundo montado
por gente mesquinha.
Você, como eu,
perdeu a conta das pedradas,
Mas nunca se perdeu no entendimento das senhas.
E se o rio da maioria
quer arrancar nossas cabeças,
Cremos que ainda é possível pairar sobre as águas.
Vamos pelo
contrafluxo, cavar a secura dos poços.
Vamos semear o bom,
que é também o indigesto.
Vamos aceitar a
glória de sermos o resto do resto.
Vamos esperar por
Cristo no Vale dos Leprosos.
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