sexta-feira, 25 de outubro de 2013

A bem do condenado


Meus milhões de defeitos justificam
Consequências que caem sobre mim.
Cada vez que transgrido um combinado
Punições põem-me à parte do ruim.

Não reclamo das penas imputadas,
Não reclamo de nada, sei quem sou.
Só que, atrás dos defeitos do caráter,
Há uma face que nunca se mostrou.

Se essa face mirasse o horizonte
Com seus olhos profundos, comovidos,
Os carrascos que araram minha carne
Lembrariam com dó dos meus gemidos,

E as pessoas que um dia me julgaram
Pelas leis rigorosas de seus reinos,
Lembrariam que Deus tem leis maiores
E que enxerga as verdades que não vemos,

E eu teria sanções na dose exata
De fazer-me melhor para o outro dia,
De aprender pelo aporte de meus erros,
De aceitar minha própria companhia.



Um comentário:

Vini disse...

Poema eliminado do I Concurso Antares de Literatura.