Eu olho para uma planície intocada
que se estende até o limite do turvo,
e milhares tons de verde que se alternam
nos túneis de grama e flores e densidade
tornam-se inapagáveis nos favos da mente.
É por isso que eu posso cerrar os olhos
e contar ainda com o acolhimento
dessa extensão do instinto, muito embora
o espaço do sentir, mais seletivo,
toque o essencial, e perca o todo.
Da mesma forma, quando tua exuberância
mostra-se ampla de sequer caber em ti,
e os sentidos pulam para fora, enlouquecidos,
tentando dar conta de cobrir essa amplidão
mesmo reconhecendo-a de impossível remate,
quando isso acontece, cerro estes olhos e,
enquanto imagino que és tudo em minha volta,
envio um canto a ser captado a quilômetros
de distância de teu corpo, de teu vulto, de tua presença,
lá onde a planície que és verdeja ainda.
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