Mantive as janelas fechadas no frio.
Cuidei de calafetar cada fresta.
Só caminhava com pantufas substanciadas,
e cobria as cobertas com cobertas,
como se acampasse em cima da cama.
Quando esse tempo passou, a morte
deixou de bafejar ameaças, e corri
com alegria em direção às portas
da alma na qual meu corpo se refugiara
por receio do sorriso no rosto do sol.
O sol tinha deixado um recado
na caixa antiga de correspondência,
um aerograma que assim dizia:
"Bati na porta da sua alma,
depois, bati em retirada."
"Venha me buscar, que a alma
de luz por mim parasitada
morreu, desabrigando um corpo inerte,
cuja única satisfação erótica
era poder fingir ter as rédeas".
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